O orçamento e o "Mais do Mesmo"
Tive oportunidade de ver hoje grande parte das declarações finais dos partidos em relação à aprovação do orçamento de Estado e, espanto: todos menos o PS votaram contra!!!!
Antes de me estender mais, vou deixar já aqui que não sou, de forma alguma comentador político, mas a verdade é que há coisas irritantes.
Os Verdes são perfeitamente compreensíveis: segundo os próprios, no orçamento de Estado, não vinham contempladas medidas de prevenção da poluição ambiente e um investimento claro em energias renováveis, mas sim um grande investimento em quotas de emissão de gases.
Fiquei logo com a sensação que este governo, pelo menos nesta matéria, é mais do mesmo!
Mas depois lá vêm as coisas que nos deixam a cabeça de banda:
O PCP queixa-se que apesar do governo ter aceitado muitas das propostas deste partido, e modificado outras para ficarem mais semelhantes às suas propostas, “Não tinha sido o suficiente!”. Pelo meio de frases que pareciam de luta pelo proletariado e coisas assim, lá ficou a ideia que concordariam se o orçamento fosse elaborado por eles!
Depois veio o PP, que afirmou que o orçamento era um bom esforço, mas pouco suficiente! É que a despesa ia reduzir uns meros 1,3%, quando na verdade, o PP tinha apresentado propostas “coerentes” para reduzirem quase 9% em 4 anos e juntarem-nos ao nível da Espanha! E o Deputado disse isto como facto consumado: “O que aqui fica provado é que se o PP estivesse no poder, intencionalmente teríamos uma muito maior redução da despesa!”
Intencionalmente, qualquer partido quereria dar salários mínimos de 3 milhões de euros ao mês e ausência de inflação, digo eu! Mas mais uma vez, não sou comentador político!
E o Sr. Deputado ainda disse que apesar das boas intenções do Governo, o desemprego tinha crescido, o crescimento ia ser reduzido, etc.
Fiquei sem perceber se as intenções contam ao não, mas fiquem por esta máxima: “De boas intenções está o Inferno cheio” e intencionalmente, eu seria o melhor primeiro-ministro que o país já teve!
Depois dos acepipes, chegam os pratos fortes, com o PSD a comentar, muito possivelmente pela aprovação dos seus antigos ministros das finanças, que o orçamento não era mau, tirando a OTA, dando uns números para a cabeça e no final, ficou-se sem se perceber porque iam votar contra!
O PS chega à bancada parlamentar e foi o descalabro: só se falava no apoio dos antigos ministros (que foram enumerados!), mais intenções, desculpabilizações do PS e culpabilizações do PSD (quase parecia que era a primeira vez que o PS tava no poder!) e nada de lutar contra os números afirmados ou algo assim!
A bem dos leitores, não ouvi as declarações do Governo…
Mas cheirou-me a alguma coisa no ar: cheirou-me que tudo vai na mesma! Faz-se politiquice e os partidos aproveitaram a emissão televisiva para, em jeito de campanha lançarem chavões e acusações, à excepção de dois partidos, os ouros reprovaram o orçamento porque lhes apetecia (temos de ser do contra, oposição a tudo!), não houve contributo para explicar as coisas com factos e o Zé Povinho muda de canal, e com razão, porque podia passar a cassete do ano passado e seria o mesmo!
E a bancada do PS?! Não precisavam de dar explicações (a maioria absoluta tem destas coisas!) mas se iam falar, dissessem algo de jeito, refutassem as acusações e não entrassem numa de dar socos à vez à vez com a oposição!
E digam a verdade, se até ex-ministros da oposição dizem bem do orçamento, porque é que toda a gee o reprova no parlamento?
É que esta, eu não percebi!