Parasitismo galopante

Esta aconteceu aqui há pouquíssimo tempo e eu, tive mesmo de vir a correr compartilhar… É que a quantidade de material que se consegue encontrar numa tarde de televisão é incrível!!!

Acabou o programa que eu estava a ver e decidi fazer algum desporto. É claro que podia ter ido caminhar ou dar uma voltinha a pé, mas o meu polegar choroso começou a dar sinal a pedir-me exercício… Fiquei-me pelo tão em voga zapping… Ao fim de apenas 3 séries de 44 canais (ou algo assim, os mais próximos do televendas nem conto) dei com o biography! Com o sinal de outro músculo que me chamou à atenção, acabei por ficar parada a olhar para as boazonas que se passeavam na passerelle. Eu tenho de dizer a verdade: usualmente nem acho as modelos muito atraentes, acho-as tipicamente magras, desconjuntadas e pouco saudáveis no que são e no que transmitem (mas isso é caso para um outro post), mas aquelas eram mesmo giras.

Logo quando estava a começar a gostar, fui interrompido por uma personagem crómica (não é erro, provêm de cromo), que disse qualquer coisa. Aumentei o volume e era um gajo a comentar a beleza da rapariga, o tempo que ela tinha demorado a ter aquele corpo e as roupas (ou ausência delas) que envergava…

Fiquei assim um pouco atarantado e chateado pela interrupção do gajo feio no deleite da minha tarde, mas como entretanto lá apareceu a próxima da lista, não foi nada a que desse muito caso, até aparecer o próximo… outro gajo volta aos comentários nada relevantes e depois uma tipo qualquer também faz os seus… e no final, mais um, que com o cabelo espetado como se tivesse encontrado a Odete Santos num beco escuro e com o gosto de vestuário do Joker no Batman 1, aparece a criticar uma camisola da modelo! É preciso ter-se lata!

Mas afinal quem são estes caramelos, e porque aparecem numa proporção de 2 para 1 com as pessoas consideradas do Jet 7 (bem que gostava de saber os parâmetros para serem consideradas do Jet 7!)?

Ao que parece são comentadores das “questões sociais”, verdadeiros parasitas de alguns dos maiores parasitas que podemos ver, cuja grande aptidão na sua vida é terem o cérebro de um gafanhoto, alojado num corpo que atrai todo o tipo de trapos de cores variadas, o que gera uma mistela tal que até o cabelo se parece querer libertar (facto deduzido por cerca de 90% usarem o cabelo em pé!).

Mas a verdade é que estão de acordo com as leis da natureza: quando mais reduzimos a dimensão do parasita, maior é o número que se aloja por metro quadrado!

Lembrei-me que já tinha visto estes espécimes em mais exercícios de zapping da parte da manhã nas televisões nacionais, e agora que penso melhor, acho que são uma evolução!

São sinceramente uma evolução das velhotas beatas que costumavam estar na mercearia a falar da roupa do pessoal lá da rua, da vida da Felizberta que estava grávida sem casar, da Rozinha cujo marido andava com a vizinha do 3º andar e da filha da Manelinha que andava a fumar pelos cantos e que portanto seria uma grande prostituta quando fosse maiorzinha. Essa fauna, impulsionada pelos grandes hipermercados, foi sendo extinta e para sobreviver, reduziu a idade, começou a falar de pessoas que todos conhecem (ou quase todos), e passou para a televisão, onde preenchem manhãs e manhãs com conversa de chacha e comentários absurdos que passam por informações relevantes e necessárias à vida de cada um…

Na verdade, se bem se lembram, essas velhotas, costumavam ter bem mais esqueletos no armário que as pessoas de quem falavam… E estes, o que acham?

E para além disso tudo, ao olhar para o biquini de algumas mulheres, que homem quer saber se está na moda ou não? Garanto-vos que o pessoal acha é que ele está a mais!

Para que servem estes comentários? É que não percebi!