Cheirinho a Mudança

Ora muito boa noite à comunidade de bloggers sem destino e que, por uma razão ou outra, acabam (com muito má sorte!) por parar aqui!

Possivelmente é só impressão minha, e vai-se a ver a verdade, estou com gripe das aves antecipada e já alguns problemas no nariz, mas ando a sentir no ar um cheirinho a mudança...

Calma aos corações palpitantes, acho que a crise ainda não passo, e o nacional não vai ganhar o campeonato, mas noutras coisas começou algo...

Tudo começou pelas farmácias, que de um momento para o outro perderam o monopólio dos medicamentos sem necessidade de receita médica. Nessa altura, se bem se lembram, o presidente do sindicato dos farmaceuticos (ou algo que o valha) veio apelidar a medida de atentado à saúde pública (até pensei que o governo estivesse a implementar a Peste Negra), apesar de nos países em que a medida já é aplicada há muitos anos, não se terem sentido graves efeitos na taxa de mortalidade...

Depois, certas situações que há muito tempo os trabalhadores não ligados à saúde pública, apelidavam de "injustiça do caraças" (para não dizer pior) e o governo aprova a medida de passar a incluir os funcionários públicos no regime geral do serviço de saúde, exigir-lhes 40 horas semanais e aposentação à mesma idade qeu o resto do pessoal. É claro que so funcionários públicos perderam direitos, mas seria justificável terem-nos? é que qualquer pessoa poderia alegar cansaço psicológico, dificuldades em exercer a profissão com o aumneto da idade, etc.

Quase ao mesmo tempo a Autoridade para a Concorrência, que muitos de nós nem sabia que existia, começou a mostrar trabalho e multou 4 farmaceuticas por cartelismo.
Esta Autoridade, cheia de vontade por causa do tempo de antena e com vontade de mostrar a cara do resto dos colaboradores (5 minutos não dá para mostrar todo o pessoal da firma) vai de gás e multa as industrias de moagem pela mesma prática!
Como ainda faltam alguns colaboradores e ninguém pode ficar esquecido, eis que há um aviso: gasolineiras, empresas de construção para obras públicas, etc. toca de começar a disfarçar! já não pode ser à descarada! para uma instituição que deu no ano passado 9 milhões de euros em vales de compra para o estado, este ano, já rendeu 26 milhões e não parece estar para acabar! E como o Estado agradece! com um bocadinho de sorte ainda vamos aumentar o PIB em 10% devido a estes senhores!

Por outro lado, e numa acção rapidamente descrita de "perigosa, irresponsável e sem fins práticos" pelo Presidente da Associação de Bancos (ou algo que o valha!:-)), estas instituições começaram agora a ter de justificar os seus números e surpresa: ao que parece andam a usar paraisos fiscais para fugir ao fisco! mais uns milhões a decidir para os cofres do estado...

É que isto assim vai: o Governo faz umas contas e se por acaso falhar, vamos buscar uns rendimentos extra através da fiscalização, porque, como todo o Zé Povinho sabe: em Portugal, quem se lixa é o mexilhão, que é o único que paga as continhas todas! Todos os ricos sabem fugir a elas e arranjar esquemas para aumentar os lucros!

E este esforço, efectivamente louvável e correcto da parte do Governo, que finalmente dá alguns frutos, é como mexer na porcaria: bem lá do fundo e no meio do cheiro a mudança, vem um cheiro à merdinha sempre escondida que todos puxávamos para tráz do tapete...

E no fundo há uma coisa que não percebo: as pessoas que até ao ano passado diziam que era preciso fiscalizar mais e melhor, abolir direitos que se consideravam abusivos, etc. de um momento para o outro aparecem caladinhos e acenam com a cabeça quando se vêm as greves e afins... É um país livre: digam o que pensam aos vizinhos, mesmo se eles trabalharem na Farmácia do lado! podem apenas não comprar os medicamentos que lhes dão em que a caixa já vem aberta (não recomendado se o farmaceutico tiver o dobro do vosso tamanho!).

Ah! e por favor, apesar do ano especial, todos os anos temos de dar subsidios... e que tal se os agricultures fizessem um pé-de-meia? é que qualquer gajo com dois metros quadrados de milho tem dinheiro para comprar um trator, mas não para aguentar um ano de seca? eu quando for despedido, o governo não me vem pagar o carro e se eu não descontar para a segurança social, ná pá de subsídio de desemprego!